terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Letra 'Terra'

Este tema tem uma estória que mais parece história, ou vice-versa. Tudo começou nas aulas de pilates, que frequento ao pé de casa, acontece que uma das músicas que se ouve durante as aulas se chama 'Voz celestial', cantada por um coro em espanhol, que me chamou logo a atenção, de tão belo que era o coro.

Procurei saber de quem era a música, talvez propor fazermos dela um 'cover', já que também preparamos alguns 'covers' para apresentar em 2022, se se proporcionar é claro. A canção é grande, tem sete minutos e meio, com solos de piano e saxofone pelo meio, tudo ao estilo espanholada sevilhana, na escala harmónica menor para cima e para baixo, sempre quis tocar um tema assim. A gravação está online incluída num álbum chamado Relaxation, ou seja, música para relaxar, e chama-se 'Voz celestial'.

Tentei perceber a letra mas foi impossível decifrar, não está na internet em lado nenhum, nem os nomes dos autores se encontram, apenas o nome 'Almela'. Pensei desistir, mas depois pensei numa solução, fazer eu a letra, e assim foi, desmontei a música, gravei o baixo e a viola, num beat um pouco mais acelerado que o original, ficou ainda assim quase com sete minutos - talvez ainda corte o instrumental a meio, logo se verá. Mas a letra veio-me inspirada, a contrastar com a trip 'mind fulness', nada mais nada menos que: 'Terra'. Uma coisa real, tal como é real estarmos aqui. Uma coisa assim terra-a-terra. O planeta onde vivemos. A letra reza assim. 

Terra

 

Porque esta é a nossa arena o nosso planeta ao qual nós devemos toda a reverência

E esta é a nossa terra e nós os herdeiros, todo esse imenso a vida o espaço sideral e tu

Enquanto estivermos nesta terra temos essa honra, a honra de estarmos no meio de tudo que quer viver... em cima do planeta azul com um halo e aura azul 

 

Fui bem longe no mar saber-me encontrar, ser de todos e os outros serem meus

Porque só vale o amor, só tem valor o amor, somos dele e queremos dele e abundante

E mais o que mais queremos é o melhor para nós, tanto para os outros como para nós... quanto à miséria, não é admitida e será banida da face da terra

 

Porque esta é a nossa arena o nosso planeta ao qual nós devemos toda a reverência

Estas são as terras e nós os herdeiros, esse imenso todo eu e tu

Enquanto estamos nesta terra temos essa honra, a honra de viver no meio de outros seres a querer viver... em cima do planeta com um halo à volta e aura azul 

Letra 'O ciclo curvo'

Para completar esta breve descrição ao estilo 'making of' dos temas do álbum chamado "Ciclo Curvo", que já está todo gravado e vai ser lançado em 2022, faltam dois temas, um deles chama-se 'O ciclo curvo'.

Ao princípio só tinha o refrão, ideia retirada mais uma vez do livro do João Eduardo, como já detalhei aqui:

'o ciclo curvo das noites e dos dias'

Tinha a música em na-na-na, mas nada de letra. Então propus ao Rapha Marcelino que fizesse um RAP para esse tema, e ele empenhou-se. Já lhe tinha proposto outro tema, 'em Portugal', chegámos a ensaiar a música, eu fiz uma letra à falta de melhor, mas foi censurada pela banda, e deixámos cair esse tema. Mas no caso d' 'o ciclo curvo das noites e dos dias', o Rapha alinhou logo, e aqui está ela. 

O ciclo curvo

 

O ciclo curvo das noites e dos dias

O ciclo curvo das noites e dos dias

O ciclo curvo das noites e dos dias

 

Mais um dia, cada vento queima a terra do carvão

Cai o filtro transparente, nem na serra, chuto a mão

Caio, fico em andamento, sei da fera a nu, mas chão

Vai no grito para sempre, cem crateras por canção

 

... Cada ciclo são curvas queimadas

... P'ra caminhos sem fuga, sem nada

Noite pede a água, nova terra, novo asilo

Foi-se terra dada, forma quebra-se onde a ir

 

Por caminhos nunca tidos num cabide em cada monte

Busca-se hino, porq' assim, fuga vira encanto a pontes

Clima intenso é a vida toda, ira e peso e trinta ondas

E sim, penso em ir a todas, rimo e venço aqui na lomba

 

Por cara n' aurora e um corpo em cada passo

Jornada p'a fora que no todo encant' o braço

Jogada nas horas p'ró suposto q' acabasse

Do nada e agora tenho o rosto q' ama o traço

 

O ciclo curvo das noites e dos dias

O ciclo curvo das noites e dos dias

O ciclo curvo das noites e dos dias

 

Mais um dia cada vento, queima a terra do carvão, cai o filtro transparente 

Nem na serra chuto a mão, caio fico em andamento, sei da fera a nu mas chão

Vai no grito para sempre, cem crateras por canção, e cada ciclo são 

Curvas queimadas... p'ra caminhos sem fuga, (sem fuga) sem nada

Noite pede a água, nova terra novo asilo, foi-se terra dada 

Forma quebra-se onde a ir, por caminhos nunca tidos, num cabide em cada monte

Busca-se hino porq' assim                  

 

Fuga vira encanto a pontes, clima intenso é a vida toda

 

Ira e peso e trinta ondas, e sim, penso em ir a todas, rimo e venço aqui na lomba

Por cara n' aurora, e um corpo em cada passo, jornada p'a fora

Que no todo encant' o braço, jogada nas horas, p'ró suposto q' acabasse

No nada e agora, tenho o rosto q' ama o traço, tenho o rosto q' ama o traço

 

Tenho o rosto q' ama o traço

The 10 songs of the album 'Ciclo Curvo' ('curved cycle')

These are the comments posted in Bandcamp along with the songs - to start selling on 12th May. 1. Sinceramente  means 'sincerely'. I...